28 fevereiro 2013

«Bico d´obra» - Patife

A semana passada acordei com o desejo incessante de me mamarem no palhaço. São este tipo de emoções que me garantem que não me tornei insensível, por isso sinto que tenho de seguir a sua natureza. É como se estivesse a jogar a um monopólio de emoções viciado que nunca me deixa voltar à chacha de partida mas que me condena amiúde à Estação dos Bicos. Por isso, já mais à noitinha, lá fui eu a uma danceteria a ver se arranjava um bico d´obra. Mas ca ganda regabofe de pachacha que ia para ali. Numa noite normal teria ficado a pulular de excitação mas eu tinha uma missão. Naquela noite eu estava decidido a encontrar o Santo Graal das bocas de veludo. A Terra Prometida dos destinos fálicos. O Taj Mahal da arquitectura do abocanhamento. O problema é que enquanto ia fazendo prospecção de mercado bebi uns copos a mais, o que é capaz de ter turvado o meu discernimento. Isto porque depois de a ter levado para casa recordo-me de lhe estar a dizer: Isso não é só meter a boca no trombone. Também é preciso saber sacar uma notas. Depressa desisti de fazer um enchido do seu esófago e tentei salvar a noite. Virei-a de quatro e toma lá Pacheco. A julgar pela lassidão daquelas bordas certamente que lhe carimbei o cartão de fodilhona frequente.

Patife
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