22 fevereiro 2013
Toca-me
Quando a terra deixar de germinar
e o vento abandonar as estepes frias,
os lobos sairão das tocas quentes
e os morcegos verão a lucidez na escuridão,
manta de pó e cinza
que se abateu sobre a matéria viva,
inferno de seiva, carne e saliva...
Um uivo ensurdecedor dilata-me as veias rubras,
percorre-me o plexo febril e sufoca-me a garganta...
Incendeio esta folha de papel e tinta,
porque as palavras, suaves ou mais duras,
não passam de vocábulos inativos,
mas providos da desejo e vontade.
São roupas com que nos protegemos ou atacamos...
Mas é na pele que se sente a verdade!
Toca-me!
Lua Cósmica
http://luacosmica.blogspot.pt