02 abril 2005

Fornicação

Ai São, o único problema de se viver sozinha é sentir, nalguns dias aquilo que a Adília Lopes expressa como «está um dia tão bonito e eu não fornico».
Quando era casada, a questão era apenas encontrar formas de impedir que o sexo com a mesma pessoa não se tornasse tão rotineiro como fazer a cama todos os dias. Para não sentir que estávamos juntos como uma junta de bois.
O divertido São, era inventarmos diferentes personagens, a falarem outras línguas, envergando até as roupas da figura fetiche e em cada dia, experimentar a descoberta de tocar um corpo novo, naquele corpo que conhecíamos de ginjeira. Porque, deixa que eu te diga que nestas coisas de cama uma imagem vale mais que mil palavras, mesmo considerando o sabor picante de umas palavritas em francês ou em alemão. Por isso mesmo nos dedicávamos a conceber umas orgias visuais. Na época, íamos pé ante pé, ao clube de vídeo local, alugar umas cassetes daqueles filmes X, com a Cicciolina, a Tracy Lords e o mítico John Holmes. Depois era pô-lo a correr no sofá da sala ou na cama do quarto.
É uma verdade, São que me recordo muito pouco do conteúdo dos filmes após os primeiros dez minutos de exibição mas é como nas porquinhas de chocolate do Luís da Rocha, de Beja: são lindas de ver mas eu gosto mesmo é de as comer.

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