Conheci o energúmeno Manela, no lugar inevitável para o encontrar: o bar da faculdade. A fazer a ronda diária pelo novo gado que se apinhava nas mesas do bar. O novo gado, Manela?!... Ah, pois, Manela, eram as caloiras da faculdade.
Aquele marmelo circulava pela frente de todas as mesas observando, ostensivamente, todos os parapeitos femininos. Acercou-se de mim, obviamente novata e pediu, gentilmente, se eu puxava o casaco mais para os lados para melhor ver a camisola que era tão gira. A dita cuja tinha uns bonequitos de ar azteca e eu parva acedi, sendo então brindada com a frase «Ganda par de mamas!».
Foi assim Manela que conheci o Professor Zigurate, como era conhecido, dada a cadeira de civilizações pré-clássicas que leccionava, aquele caldeirão de culturas que incluía desde o dilúvio do Gilgamesh ao arquitecto egípcio Manefta.
E a sua primeira aula foi esclarecedora das suas intenções condizentes com o descapotável vermelho que estacionava à porta da faculdade sem no entanto ondular os cabelos ao vento, já que ele próprio era descapotável. Distribuiu um questionário a todas as alunas, decisivo após a sua leitura, para a compreensão do facto de nenhum aluno macho o ter escolhido para professor daquela cadeira. É que Manela, para além dos habituais nomes e idade, seguiam-se perguntinhas sobre a nossa virgindade, o uso da pílula ou de DIU, o nosso grau de satisfação e as técnicas conhecidas usadas em broches, minetes e coito anal. Depois, eram páginas e páginas com as ilustrações do Kama Sutra para assinalar as posições preferidas no quadradinho disponível para o efeito, rematando com um espaço para indicarmos dias e horários disponíveis para aulas práticas.
Oh Manela, não achas que aquilo era mesmo uma cadeira para nos baloiçarmos?...
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Uma por dia tira a azia