Subi a Travessa da Queimada e abanquei no Portas Largas. Na mesa do canto, com visão para quem entra e para as mesas em redor. Sentei-me e tracei a perna. Pedi uma Guiness, a minha imagem de marca, para sorver em golinhos. Fixei-me no moreno de olhos intensos. Perscrutei–lhe os polegares para avaliar as suas dimensões. Aquele, tinha seguramente uns quinze centímetros e uma cabecinha redonda e destapada. Avaliei-lhe a «mala» escondida naquelas calças de ganga rija para tentar confirmar a impressão dos dedos. Huumm... aquele gajo era bom! Mantive o olhar na sua direcção até ele me esboçar um sorriso, chupando de seguida o seu cigarro, fixo entre o indicador e o médio esticados.
Peguei na Guiness e dirige-me a ele pedindo para me sentar. Ele acedeu e chegou-se mais para o canto. Era estudante de gestão exportado directamente de Santarém. Os seus olhos lânguidos aveludavam-lhe a voz grave. Deixei descair a minha mão sobre o seu joelho e ele pestanejou. Ah, rapaz, ajeitei o bigode com a mão esquerda e arrefinfei-lhe um beijo na boca.
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Uma por dia tira a azia