Sugestão de prendinha para as excelsas visitas (feminino de visitos, entenda-se) darem aos respectivos escolhidos do dia de S. Valentim ...
Trata-se de um excerto de “A casa dos budas ditosos” de João Ubaldo Ribeiro, romance supostamente baseado em relatos verídicos e publicado em Portugal pela D. Quixote. Desde já as minhas desculpas por estar em português do Brasil mas não me sinto à altura da tradução que uma obra de arte destas merece:
“Tive até vontade de dar para um deles, cheguei a começar a abrir as pernas, encostada no pára-lama do carro do pai dele. Mas algo me disse que não. (...) e eu fazia tudo com ele, excepto deixar que ele metesse, fosse na frente fosse atrás. Atrás, bem que eu tentei, a primeira vez em pé, encostada no muro do farol da Barra. Ele passou cuspe, eu me preparei toda ansiosa e, quando ele enfiou, não consigo imaginar dor pior que aquela, uma dor como se tivessem me dado dezenas de punhaladas, uma dor funda e lacerante, que não passava nunca, me arrepio até hoje. E as tentativas posteriores foram todas desastrosíssimas, experiências humilhantes e acabrunhantes, passei anos traumatizada e decidida a tornar aquilo território perpetuamente proibido e mesmo execrado. Até que norma Lúcia me ensinou uma coisa. Não. Duas coisas. Não. Três coisas. Primeira coisa: no começo, na iniciação, por assim dizer, tem de ser de quatro, requisito absoluto para a grande maioria. Segunda coisa: tem que dizer a ele que venha devagar. Ou, melhor ainda, dizer a ele que espere a gente ir chegando de ré devagar, sempre devagar. Terceira e mais importante de todas: relaxar, relaxar, mas relaxar de verdade, soltar os músculos, esperar de braços abertos, digamos. É um milagre. Foi um milagre, na primeira vez que eu segui essa orientação simples. Daí para gozar analmente – não sei nem se é gozo anal, só sei que é um gozo intensíssimo – foi só mais um pouco de vivência, with a little help from my friends, ha-ha. Quem não sabe fazer isso nunca fez uma verdadeira suruba, nem pode fazer, nunca vai poder comer direito um casal, enfim, vai ser uma mulher incompleta, acho que qualquer um concorda com isso. (...) é uma arte milenar que não pode ser perdida, e toda mulher que, sob desculpas inaceitáveis e ditadas pela ignorância preconceito ou incapacidade, não conta com isso em seu repertório permanente é uma limitada, não importa o que ela argumente. Acho até que todas as refractárias na verdade sabem que são limitadas e procuram negar essa condição através de mecanismos para mim pouco convincentes.”
Meus amigos, se isto não é serviço púbico não sei o que é! Depois deste post não admito nada menos que veneração pura (não precisa ser dura, aliás até prefiro que de dura não tenha nada!) dos visitos deste blogue.
Trata-se de um excerto de “A casa dos budas ditosos” de João Ubaldo Ribeiro, romance supostamente baseado em relatos verídicos e publicado em Portugal pela D. Quixote. Desde já as minhas desculpas por estar em português do Brasil mas não me sinto à altura da tradução que uma obra de arte destas merece:
“Tive até vontade de dar para um deles, cheguei a começar a abrir as pernas, encostada no pára-lama do carro do pai dele. Mas algo me disse que não. (...) e eu fazia tudo com ele, excepto deixar que ele metesse, fosse na frente fosse atrás. Atrás, bem que eu tentei, a primeira vez em pé, encostada no muro do farol da Barra. Ele passou cuspe, eu me preparei toda ansiosa e, quando ele enfiou, não consigo imaginar dor pior que aquela, uma dor como se tivessem me dado dezenas de punhaladas, uma dor funda e lacerante, que não passava nunca, me arrepio até hoje. E as tentativas posteriores foram todas desastrosíssimas, experiências humilhantes e acabrunhantes, passei anos traumatizada e decidida a tornar aquilo território perpetuamente proibido e mesmo execrado. Até que norma Lúcia me ensinou uma coisa. Não. Duas coisas. Não. Três coisas. Primeira coisa: no começo, na iniciação, por assim dizer, tem de ser de quatro, requisito absoluto para a grande maioria. Segunda coisa: tem que dizer a ele que venha devagar. Ou, melhor ainda, dizer a ele que espere a gente ir chegando de ré devagar, sempre devagar. Terceira e mais importante de todas: relaxar, relaxar, mas relaxar de verdade, soltar os músculos, esperar de braços abertos, digamos. É um milagre. Foi um milagre, na primeira vez que eu segui essa orientação simples. Daí para gozar analmente – não sei nem se é gozo anal, só sei que é um gozo intensíssimo – foi só mais um pouco de vivência, with a little help from my friends, ha-ha. Quem não sabe fazer isso nunca fez uma verdadeira suruba, nem pode fazer, nunca vai poder comer direito um casal, enfim, vai ser uma mulher incompleta, acho que qualquer um concorda com isso. (...) é uma arte milenar que não pode ser perdida, e toda mulher que, sob desculpas inaceitáveis e ditadas pela ignorância preconceito ou incapacidade, não conta com isso em seu repertório permanente é uma limitada, não importa o que ela argumente. Acho até que todas as refractárias na verdade sabem que são limitadas e procuram negar essa condição através de mecanismos para mim pouco convincentes.”
Meus amigos, se isto não é serviço púbico não sei o que é! Depois deste post não admito nada menos que veneração pura (não precisa ser dura, aliás até prefiro que de dura não tenha nada!) dos visitos deste blogue.
O que vale é que o OnanistÉlico sossega as membranas:
Ora, ora... não sejam assim... prometo ser muito meiguinho
pairarei sobre vós de modo a que só sintam o bater das asas.
Voaremos, pois!
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Uma por dia tira a azia