"Recuem lá até ao Verão de 1970, em S. Martinho do Porto.
Agora imaginem uma maravilhosa pista de caricas construída na areia molhada da praia. E um puto novinho que não conhecia os matulões de 14 ou 15 anos que estavam a jogar. Limitava-se a ver.
Um deles, mais expansivo, punha a carica a mil km/h e gritava:
- Van Den Broch!
Recorde-se que era a época doirada de ciclistas como Van Impe e Van Springel.
À noite, no centro da terra, vejo passar o chaval.
- Olha, mãe, olha, é o Van Den Broch!
Mandaram-me calar, muito embaraçados.
Só muito mais tarde soube os motivos.
Nunca pensei que o jogo das caricas pudesse ter relação com o sexo oral ou a ourivesaria."
Luís Graça
O que foram lembrar ao Jorge Costa:
"Cheguei a atravessar duas ruas e um cruzamento em bordas de passeios com a minha carica de vinho do Porto encimada com casca de laranja (para não derrapar), lá para os lados da Cordoaria, aqui na «Imbicta».
Era ver aos 5 e 6 pelas ruas abaixo. Grandes corridas... grandes corridas.
Isto para não falar das corridas de ganchetas...
O que os miúdos de hoje perdem! Uma boa corrida de sameiras (caricas para os «mouros»), intervalada com uma corrida de ganchetas e finalizar o dia com uma punheta a olhar para as janelas do hospital de Santo António a rir para as enfermeiras...
O que é que um puto de 11 anos em 1965 podia aspirar mais?!
Era o céu....era o céu."
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