Estrada de ligação do Porto a Entre-os-Rios.
Muito sinuosa.
Estreita.
Dia de Sol.
Lá pelas 5 da tarde.
Para quem não conhece, é uma estrada movimentada.
O passeio ia a decorrer normalmente...
... se é que há normalidade numa relação proíbida e escaldante!
As mãos , os olhares e os cheiros são indutores.
Os desejos são mais que muitos.
A ela, apetece-lhe fazer o que sempre lhe disseram para não fazer.
A ele, apetece-lhe... tudo o que ela lhe queira fazer!
Mais do que de repente:
- Apetece-me fazer-te um broche!...
- E porque não... - disse ele com um sorriso matreiro.
A estrada é deveras sinuosa.
O movimento é constante.
A marcha, forçosamente, é bastante moderada.
O calor de uma boca quente em contacto com um pénis...
O vai e vem daquela cabeça, encimada com uma cabeleira negra
longa e sedosa espalhada pelo regaço dele...
No mínimo, deve provocar rigores na fácies... sui generis.
E a marcha do carro continuava lenta.
Lembra-se de ver os camionistas que por ele se cruzavam
e a um nível mais alto... com caras!... Que caras!...
Hoje, quando se lembra daquele passeio, não sabe se se lembra mais do broche que ela lhe fez...
se das caras que viu a quem pelo carro passava.
Definitivamente... as Caras.
Jorge Costa
(ode como quem se vem do Porto para Entre-os-Rios)
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