25 junho 2010

Foda Nos Sentidos ( part I )

Sou um reflexo rasgado, um cenário árduo e profundo...
E quanto engano ou quanto escondo nos meus simples dizeres;
«Duas da tarde e as palavras ficam sem ar... »
Ar quente. Abafado. Corpo. Fogo, visão, quente e começo a despir-me ao som das tuas palavras. Lentamente cobrem-me os poucos de todas as minhas curvas, e no embalo da ilusão, o meu olhar cavalga sofrego no dorso dos teus lábios.
Duração eterna dos sentidos, os lábios falam-te por mim. Devasso-te no corte duro, no olhar, duração eterna numa foda dos sentidos.
A minha vagina espasmódica recita-te o desejo, poesia, sinais que no teu olhar provocante, procura a minha mente. O corpo pulsa, ao toque dum olhar, que estremece;
«Eu sou, tua, nua, (agora) no sentir, a sentir, (no agora) tu, no meu íntimo»
Manso púbis deslisante nos meus seios, tecendo a sombra, desejo, na vaga dos teus dedos semipétricos, pulsantes. Olhos que olham longamente, olhos que engolem imperiosamente.
Toque ardente da pele. O sentir das secreções, momento a momento, as mãos imorais sentem o odor nos palavrões anais, vaginais, esses pequenos orifícios onde reluzem os nossos poemas.
Supremas penetrações onde me enlaça a alma, nada dizes;
«Nada oiço, (agora) lábio a lábio... boca com boca (no agora) haste louca, a glande leve... húmus, (é isso) calidez, cio»
As palavras soam líquidas, deleitosas, na greta da gruta. A minha mente não pode ficar de quatro e agachar-se, ou esgueirar para gozar, muito menos num lugar público fora da zona de qualquer página ou de qualquer texto, e estourar-se nos limites de uma foda.
No silêncio baço do espelho o teu olhar pressinto. O tesão é brisa nua. Luz mordida, adoro-a no avesso.
O fogo corre, de veia em veia, não oiço...
Frémito que embala, perdido sem ar.
Feliz de mim quando penetro o mistério, o teu corpo sem penitência ou decência.
«Se queremos sentir a felicidade de amar, devemos fundir-nos com a alma e só assim encontraremos a satisfação»
A conversa terminou, cravando-me os dentes...
O quarto é um templo onde me torno Deusa, e nesse mesmo instante sou somente;
«boca, pele, pêlos, línguas, boca»
A tarde amanhece sem versos, com a música no teu hálito ofegante, poesias brotam de dentro de mim;
Breves os segundos onde me despi do pudor e sou agora feliz.
Tuas mãos desvendam o cigarro, na chama da semente, mãos que tentam esconder o segredo, olhando para mim calando o silêncio sem precisar de dizer mais nada.
Quero que me possuas inteira, corpo e alma transformando meus segundos, em fecundos infinitos de êxtase e prazer num encontro total;
«Como dizer-te?»
Como abrir a boca, e dizer-te que chove sobre o meu cio, que as minhas pernas se prendem à tua serpente. Presas em duelo.
A minha despudorada arma anseia o teu cálice de sémen;
«Calma, calma a confusão prossegue pele a fora, daqui a pouco gozamos, bem perto do osso»
Eu (penso).
Os teus passos descobrem todos os caminhos do meu, e eu quero estar onde te mergulhas em mim, onde é suposto supostamente proibido passar, onde o ar é vidro ardente, e as labaredas te torram a língua;
A macieza dos passos, no chão, vão subindo... até onde?
Como é o corpo?

[Blog Vermelho Canalha]

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