13 junho 2010

O resto


Falo-te de algo que não sabes,
como uma borboleta que nasce
e tu não entendes o sentido
- falo-te na mesma -,
nessa tua exaustão alheada.

Não conheces por que não queres;
não te interessa (finges que lês);
não prestas a mínima atenção:
mas eu falo-te, mesmo assim.

Um dia regressas.
As palavras pouco podem
explicar,
nada significam.

Da partida nada resta.
O resto: nada representa.

Foto e poesia de Paula Raposo

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