Sentou-se ao balcão. Agora, os olhos já boiavam no copo vazio. Devolveu-os às órbitas e atirou-os para a porta. Entravam homens que eram gargalhadas; entravam homens que eram solidão; entravam homens que eram palhaços mascarados de guerreiros; entravam homens que eram estilhaços; entravam homens que eram fantasmas; entravam homens que eram mendigos; entravam homens que eram ironias; entravam homens que eram vazios; entravam homens que eram vitórias; entravam homens que eram sarcasmos, entravam homens que eram ruídos; entravam homens que eram silêncios; entravam homens que eram as coisas que eram antes de ser. Entrou o homem que pediu três beijos para lhe encher o copo e caminhos para lhe encher o corpo. Soletrou fome por extenso. Mas ele não soube repetir. Então pediu-lhe trinta euros. A pensão ali ao lado...
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Uma por dia tira a azia