Por vezes sinto que é de ti que me vem fogo, outras sinto o ardor guardado numa metáfora, que voa num salto para o centro. Falo-te de paisagens inclinadas onde o flanco deixa o sal, onde o desejo é legítimo e o amor por vezes muito confuso. Imagino tocar-te na boca, sem boca e meter-te na boca o leite, o fogo e um grito sem ter que tocar. Minha mão num poema a colher de ti, o que a outra mão tocou, onde o desejo se abriu e a cauda redonda se desenrola através da plumagem ardente. Um sentir a sentir o apalpar girar profundo, a polir a grande flor, a saborear mel. A voz respira pelo orifício a meio amarrado em torno do sexo intenso, o som ressoa para dentro, imaginar que a água tem som.
Belo é o sentir e belo é o vir do correr obscuro, do sangue que brota do fruto de forma esférica, descendo fundo do profundo lago parado...
[Blog Vermelho Canalha]
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Uma por dia tira a azia