Limpa o verniz. Deixa cair a sombra que não me permite descobrir a luz. Deixa raiar, brilhar o tom da tua pele em sobressaltos de beleza. Porque tu és bela, até mais sem esse verniz que um dia alguém te obrigou a pintar. Sai do casulo e caminha destapada, nua e segura. Não serás julgada como julgas, questionada como imaginas e o escrúpulo que te irão dirigir será a enzima da tua caminhada. A probidade que envolve um dos teus seres, desaparecerá dando lugar à força e beleza que pautará a tua transição. Limpa o verniz que não mais precisas dele. Já és sem pareceres e já existes sem crer. Caminha; sai pela janela transparente da luz, porta do mundo. Pinta a parede do quarto e descobre o demais. Confia! Parte os espinhos da cama e puxa os panos que privam as ilusões. Limpa o verniz. Acontece!
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Uma por dia tira a azia