Os olhos escondidos na gaveta dos pensamentos, eles passeiam imagens das ruas e de guardar a mão na tua, apertar-te com força um dedo, tu já não estás aqui, contavas-me de ficar e dos beijos e das estrelas e dos milagres no entardecer, os passos quase ofendidos com saudades do chão, o silêncio que os dedos podiam tocar, novos pianistas, a tua barba por fazer, o cheiro de seres tu, tu já não estás aqui, os retratos do teu mundo largados no meu colo, querias ouvir-me o que mais ninguém te soube dizer, instantâneos desfocados, pouca cor à tua volta via eu lá fora, agarrava-te ali e tudo, tudo, tudo era, foi, tu já não estás aqui, rias-te e eu podia viver, o teu olhar acordava as lágrimas bonitas, sentias-me quase tudo e eu a tua roupa, e o teu cansaço na minha cama, caías para eu o combater, arrasta-o até mim que eu mato-o com os lençóis, abraço-te e posso morrer assim, assim, aqui, tu já não estás aqui, dou-te as faces rosadas, o banho tomado, os pés tão pequenos, dou-te o vibrato, o vento e a vida do meu sonho, quando falo mordo nas palavras entre espaços, se calhar magoei-as, cuidavas de mim e afinal eu não cuidei de ti, abraça-me, abraça-me, abraça-me só mais uma vez, tu já não estás aqui. Eu também não.
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Uma por dia tira a azia