Os caminhos, eu vejo-os nos teus olhos,
nos teus olhos molhados são lagos
com pedras. Se te quebras
parto e rasgo por todos os lados como os folhos
das saias de tempos antigos.
Tinham pregas, ainda te lembras?
E das horas que nos passaram como galhos
arrancados que foram abrigos,
como vértebras, como pálpebras?
Os caminhos, eu vejo-os nos teus olhos,
nos teus olhos abandonados são vagos.
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A Laura, como adora, ode:
"Nos teus olhos molhados
Os caminhos
são lagos!
Nos teus olhos abandonados
os caminhos
são vagos!
Mas no meu corpo cansado
tuas palavras são achas
atiradas sem piedade
à fogueira
onde arde esse tempo em que passas!"
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Uma por dia tira a azia