Ouso voltar ao sítio dos mudos. Eu bem sei que a Lua se põe e que o Sol se apaga, meu amor, mas o que importa, o que importa se as minhas costelas se esmagam ou se tive voz pela última vez, quando te posso dar a mão ali? Os poemas ainda não se calaram, qualquer silêncio ainda é bom. Não deixes que se calem, meu amor, não deixes; eu nunca os deixarei, são os meus braços e os meus soldados.
Ouso voltar ao sítio dos mudos, talvez imagine que ainda lá estás, perdido, retido. Mentira, meu amor, é mentira; se nem estás dentro de ti, já não estás em sítio nenhum.
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Uma por dia tira a azia