02 outubro 2010

«A sexualidade dos adolescentes contada por eles próprios» de Didier Dumas

No final de Agosto a Gotinha teve esta «aventura» familiar à hora do lanche:

Está a começar... "No domingo à tarde, a família reunida à volta do lanche enquanto se via um filme cómico da SIC (escapa-me o título mas era sobre um homem de quase 40 anos que era virgem, trabalhava num armazém e que tinha 3 amigos tresloucados que lhe davam os piores conselhos de sempre sobre as mulheres...) e a certa altura um dos personagens diz:
- Já me masturbei 3 vezes desde que aqui cheguei.
Pergunta de rajada o rapagão cá de casa (com 7 anos):
- O que é masturbei?
Eu ri-me. O pai corou e calou. Lá tive que atalhar depois de muita insistência:
- Ainda não tens idade para saber algumas coisas.
- Mas porquê? É uma coisa com acção e violência?...
- Hummm... é, é!"


Achei engraçado e comentei: "E depois admiram-se que os filhos batam... e que fiquem com o pirilau em carne viva."
A Gotinha desafiou: "Num gozes, pá! O que dizias tu a uma criança de 7 anos??! Vá, vá, chega-te à frente!" e eu «cheguei-lhe»... com este livro, que foi uma das minhas «leituras de praia».
Aqui ficam excertos desse livro:
“Estamos a viver uma evolução de costumes sem precedentes em que a vida se acelera. Neste momento, tudo o que antes se escondia vê-se na televisão. As crianças precisam de falar do que vêem com os pais (...) Os filhos não conseguem compreender a ausência de educação que afectou os pais se estes não falarem no assunto. É por isso que devemos falar-lhes de nós. Em relação ao resto, eles ajudam-nos. Se os deixarmos fazer perguntas, eles fazem-nas se precisarem. Basta que os pais lhes digam que estão ali para lhes responder.
Queiramos ou não, a sexualidade transmite-se de geração em geração. A única coisa que permite uma transmissão saudável é a maneira como falamos dela. Se não dizemos nada, a criança constrói-se copiando a estrutura sexual dos pais, ou seja, deixando o inconsciente encarregar-se do trabalho. Nesse sentido, ser pai é explicar como se geriu esses dois aspectos fundamentais da vida de qualquer ser humano, que são a sexualidade e a morte. Enquanto não o fizerem, os pais continuarão a encher os bolsos aos psicanalistas e às sex-shops.”
Eu não diria melhor (só acho que não são precisos psicanalistas para nada).
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O Bartolomeu é mais p'rá frentex:
"Em matéria de educação, acho-me um pouco mais radical.
São também, em minha opinião, os pais aqueles que primeiro se devem preocupar em esclarecer os filhos, sejam eles miúdos ou miúdas, de todas as dúvidas, ou curiosidades que ao sexo digam respeito.
Pessoalmente, nunca me demiti dessa responsabilidade, que sempre encarei com especial agrado.
Aos meus filhos ensinei desde muito tenra idade a respeitar as pessoas, fossem ou não do mesmo sexo e também que o sexo dá origem à vida e que como tal, deve também ser respeitado.
As técnicas (algumas) sexuais, foi coisa que não careceu de grande explicação.
Cada termo sexual ou relacionado com sexo, que eles me pediram que os esclarecesse, foi-lhes sempre explicado sem tabus. Sempre lhes expliquei que masturbação também pode ser uma punheta, ou uma sarapitola, ou um esgalha-pessegueiro, etc. e que uma penetração pode ser também uma foda, uma encavadela... que um broche é uma prática sexual em que uma das pessoas chupa o pénis, ou caralho, ou pixota da outra e que um minete é quando uma pessoa chupa o clitóris e lambe a vagina da outra, mas que se lamber a cona, ou a greta, continua a ser um minete.
Recordo-me que, quando falei de minetes aos meus filhos, eles lançaram um olhar de esguelha à mãe e esboçaram uma careta. Neste momento não entrei em pormenores. Não quis saber se aquele esgar de nojo se devia a uma experiência... menos conseguida. Hoje, não tenho dúvidas que serão tão bons mineteiros como o pai, ou até melhores, sem nunca terem comprado uma snaita numa sex-shop... só para treinar..."

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